Quando comentei o Avondale Pinotage (relembre), recebi algumas indicações de leitores para experimentar este outro sul-africano, que já teve um rosé comentado aqui (relembre). É um vinho produzido na região de Western Cape pela Distell Limited. Segundo o site do produtor, ocorre fermentação na presença de chips (lascas) de carvalho francês e maturação, por nove meses, também com os chips de carvalho. Uma prática "moderna" e barata, que ajuda a passar para o vinho, com maior rapidez, os aromas e o gosto da madeira. Não é ilegal e certamente temos bebido muitos vinhos "reservado" chileno e argentinos que passaram pelo mesmo processo. Mas é algo incompatível com vinhos de grande qualidade e longevos, pois a passagem por carvalho não serve apenas para dar gosto e aroma ao vinho, mas especialmente para domar seus taninos e permitir a chamada "micro-oxigenação" através dos poros do barril de qualidade.
Após o discurso, vamos ao vinho.
Na taça, coloração púrpura, com notas violáceas e boa formação de lágrimas. Boa intensidade aromática, com frutos bem maduros e especiarias, além de aromas típicos da madeira, no limite.
Corpo mediano, com taninos doces e macios. Acidez moderada, deixando o vinho um pouco pesado. Retro-olfato marcado por fruta e madeira. Final longo, menos frutado e mais amadeirado.
Pontos positivos: vinho fácil de beber e bem aromático. Melhor na boca que os aromas poderiam indicar. É potente sem ser alcoólico (13,5%). Boa relação qualidade x preço. Cumpre bem seu papel e pode ser bebido tranquilamente no dia-a-dia. Está pronto para beber e não deve evoluir com o tempo.
Pontos negativos: faltou um pouco de acidez para o conjunto (uma característica que a pinot noir dá à pinotage) e os aromas amadeirados são um tanto artificiais e dominantes.
Apesar dos senões, uma compra certa, especialmente para quem pretende conhecer as características desta uva ícone da África do Sul (R$21,90 no Extra).
Após o discurso, vamos ao vinho.
Na taça, coloração púrpura, com notas violáceas e boa formação de lágrimas. Boa intensidade aromática, com frutos bem maduros e especiarias, além de aromas típicos da madeira, no limite.
Corpo mediano, com taninos doces e macios. Acidez moderada, deixando o vinho um pouco pesado. Retro-olfato marcado por fruta e madeira. Final longo, menos frutado e mais amadeirado.
Pontos positivos: vinho fácil de beber e bem aromático. Melhor na boca que os aromas poderiam indicar. É potente sem ser alcoólico (13,5%). Boa relação qualidade x preço. Cumpre bem seu papel e pode ser bebido tranquilamente no dia-a-dia. Está pronto para beber e não deve evoluir com o tempo.
Pontos negativos: faltou um pouco de acidez para o conjunto (uma característica que a pinot noir dá à pinotage) e os aromas amadeirados são um tanto artificiais e dominantes.
Apesar dos senões, uma compra certa, especialmente para quem pretende conhecer as características desta uva ícone da África do Sul (R$21,90 no Extra).
7 comentários:
Prezado,
Fico feliz de ter minha sugestão acatada, e mais ainda de ver o vinho bem classificado, com quatro taças. Meu paladar deve estar evoluindo...
Considero um sinal de respeito inequívoco ao consumidor um produtor informar claramente que utiliza as famigeradas lascas de carvalho no processo de produção do vinho, que o próprio produtor enquadra na sua linha "premium". Sei que é uma prática super controversa. Pra mim, simples leigo que raramente consigo perceber todos aqueles aromas e nuances que se atribuem a cada vinho, dou realmente importância é ao resultado final, e menos ao lugar de origem ou ao processo.
Fico ainda mais fã do blog.
Abraço,
VicBarr
Agradeço pela indicação. No dia que li seu comentário comprei imediatamente o vinho. É que os comentários são programados com grande antecedência, por isso a demora em publicar. Valeu!
Olá amigo,
Não tenho propriedade no paladar para dar um veredito mais preciso, mas certamente, vale a compra.
Um vinho bastante honesto, equilibrado, e como disse, fácil de beber.
Como fã dos chilenos, em detrimento dos argentinos, que considero mais ásperos, devido à acidez e aos taninos, me agradou um bocado.
Eu sempre vou de alentejanos, merlots ou cabernet sauvignon's, e posso dizer que a experiência com um pinotage comprável valeu 100% a pena.
Cheers
Parábens, fico contente em receber essa dica, tomei hj e amanha na final tomarei junto com a espanha campea!!!tb um bom Conde de Siruela ou bierzo( try )em homenagem a minha patria!!!
Este foi o primeiro vinho que degustei desta uva. Como sou fã da uva pinot noir, resolvi experimentar. Comprei duas garrafas num Free shop de rivera(Uruguai) por 5,90 dólares. Vinho realmente honesto com excelente custo x beneficio. Gostaria de sugerir outro vinho Sul africano desta mesma uva: stellenzicht pinotage. No Brasil ainda nao tive o prazer de encontrar, mas se tiver a oportunidade de conhece-lo vale a pena, mesmo que o preço seja um pouco elevado ( 25 dólares no Free shop). Blog muito bem feito e muito bem escrito, realmente entende de vinho.
Abraço
Lucas,
obrigado pela sugestão e pelo comentário.
Saúde!
Gil Mesquita
www.vinhoparatodos.com
Eis aí um vinho fácil de encontrar, com excelente custo benefício e de boa qualidade. A explicação do blog é sensacional. Parabéns.
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