No dia em que bebi esse vinho entrei em contato por e-mail com a vinícola para que me enviasse mais informações. Recebi mensagem da enóloga Catarina Simões com ficha técnica do vinho e pequeno texto sobre a vinícola.
A Quinta da Ponte Pedrinha, de Maria de Lourdes Mendes Oliva Nunes Osório, situa-se na Região do Dão, entre Seia e Gouveia, e está na posse da família desde o Séc. XVIII. A sua vinha, implantada em solos granítico/arenosos, há mais de 40 anos, tem raízes profundas nesta Quinta, raízes que se agarram à terra e à vida das pessoas que nela habitaram, gerando tradição!
As castas tintas ocupam 46 ha de vinha, com a seguinte composição: Touriga Nacional (30%), Tinta Roriz (18%), Jaen (16,5%), Alfrocheiro (10%) e outras (25,5%). As castas brancas ocupam 6 ha e compreendem Encruzado (40%), Cerceal (30%), Malvasia (20%) e outras (10%).Há também duas vinhas, chamadas “Vinhas velhas”, com idade superior a 40 anos, que são autênticos repositórios de castas antigas da região, caídas em desuso, e que constituem o património vitícola.O vinho é um corte das tradicionais Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Roriz e Jaen, com passagem de 30% do vinho por pipas novas de carvalho francês por 4 meses. Vale cada centavo do que custa (R$43) e está em ótimo momento de consumo, embora possa evoluir em 1 ou 2 anos com tranquilidade.De coloração rubi, é límpido e transparente, com lágrimas lentas Aromas um tanto discretos, lembrando a frutos vermelhos mais delicados e toques de especiarias. Depois de um tempo os aromas melhoraram, lembrando frutos mais maduros.
Na boca é surpreendente. Pouco corpo, taninos ainda vivos e acidez em boa dose. Álcool deu certa potência. Boa estrutura. Retro-olfato com frutado bem maduro, quase compotado.
Final mediano. Boca seca pelos taninos. Fruta madura e especiarias. Gastronômico, evoluindo depois de aberto, aparecendo notas tostadas e café. Típico vinho de qualidade dessa região a um preço honesto.
A vinícola produz outro tinto de linha superior a esse, que comprarei em breve para comentar aqui.
9 comentários:
onde encontrar?
Disso que eu gosto do mundo dos vinho, o gosto individual, tão fora de moda, tomei esse vinho e dessa safra faz uns dois anos, era mais caro R$57,00 e o que eu tomei era outro vinho, muito potente, como vários Portugueses desta região, chegando a incomodar, só consegui tomar meia garrafa e olha que sempre as tomo inteiras, e no outro dia permaneceu igual.
Esse vinho é distribuído pela Mistral.
Meu caro "PPVT", fico feliz que esteja lendo e opinando no meu blog, embora eu ache que você deveria voltar a escrever o seu. Como disse, as opiniões individuais é que valem mais.
Talvez eu tenha provado o vinho num momento melhor de consumo. Dois anos fazem diferença e acredito que ele ainda suporte 2 anos na garrafa.
Saúde a todos!
VPT
Olá VPT, Boa Noite!
belo texto! flui e ao fluir parece que ao lermo fluimos em vossas percepções quando em contacto com o vinho. valeu!!!
e anotei esse aih! quatro castas hein?!
e obrigado pela pronta resposta sobre vinhos com inúmeras castas.
até falei com o Daniel Perches que dado ao meu contato contigo suscitou, mezzo sem querer, uma sutil pesquisa: - Qual o vinho com mais uvas em sua composição que os confrades da CBE provaram?
Se quiser seguir comigo nesta labuta... saúde! e vamos nessa!
inté,
saúde sempre!
Daniel Rezende
obs: provando o branco La Linda Torrontés 2008, Luigi Bosca: uma maravilha floral!
Pessoal!
Vinho deve ser tratado com leveza, humor e alegria, e principalmente com liberdade e pontos de vista variados.
Partindo destes princípio achei e aprovei um site de Vinhos e gostaria de deixar a dica para vcs!
www.vinhosdesaoroque.com.br
Caríssimo, nunca bebi nenhum Quinta da Ponte Pedrinha, mas já o vi por aí na blogosfera. A ver se alguém mo traz para provar, porque isto aqui está muito negro :-(
abraço,
JB
Vinhos portugueses sempre nos trazem grandes surpresas normalmente com bons preços, futuramente degustarei algum com a casta alvarinho pois muitos dizem que os brancos portugueses são inesquecíveis
Caro VPT
A minha decisão em não mais escrever foi por pura defesa, pois a necessidade retrógada de manter o antigo, ultrapassado e fora de moda “statu quo”, que infelizmente ainda impera na extrema maioria dos blogueiros do vinho, me desiludiu , tentei com todas as minhas forças , mas ao perceber a hipocrisia, arma menor de que só os medíocres a sabem usar com profunda competência, resolvi parar de escrever, mas obrigado pela deferência, ainda acho que você reluta, um pouco, contra as mediocridades, cuidado para não se vender, não por dinheiro mas pela aceitação e notoriedade .
Abraços
PPVT
Encomendei hoje o Reserva 2004 da mesma vinícola. Espero comentá-lo em breve.
Saúde a todos!
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