05 novembro 2006

Sunrise Carmenére 2003


A vinícola Concha y Toro dispensa maiores comentários. É a maior vinícola chilena, tendo no mercado brasileiro um de seus grandes importadores. Já comentei o chardonnay da linha Sunrise neste blog (relembre).
Este carmenére é engarrafado após um período de guarda: 60% ficam por seis meses em tanques de aço inoxidável, enquanto os outros 40% descansam em barricas de carvalho francês e americano (com três anos de idade) por um período que varia de 4 a 9 meses.
No copo mostrou uma coloração granada, com toques violáceos, formando lágrimas grossas, manchando o copo. Me pareceu menos límpido que o esperado.
Os aromas frutados, marcantes na carmenére, foram um tanto intimidados pela madeira. Tem certa elegância, com aromas lembrando baunilha. Particularmente, no entanto, prefiro as frutas vermelhas. No fundo, algo lembrou pimenta.
Tem bom corpo, com final prolongado, mas no palato a madeira novamente se sobressai em relação à fruta. Em compensação, o álcool não atrapalha. É um vinho interessante, nos padrões que o chamado consumidor do "Novo Mundo" tem apreciado. Mas continuo achando que a madeira veio em exagero.
Poderia atribuir nota máxima a este chileno, não fosse este detalhe. Paguei R$ 16,99 e o considerei uma boa compra, embora atualmente não o encontre mais abaixo dos R$ 20.
Degustado em 2 de novembro de 2006.

4 comentários:

Eduardo Lima disse...

Nobre amigo,

Falar de vinho caro e famoso é fácil, taí o Robert Parker que ganha um fortuna com isso, agora, descrever com propriedade um vinho comprado a 17 reais é o que realmente interessa.

Grande abraço

Administrador disse...

Caro Eduardo, obrigado pelo comentário. Confesso que no passado lia muitos comentários sobre vinhos, mas me sentia mal, porque nunca os veria frente a frente. Com o passar do tempo, passei a valorizar outros tipos de reportagens, especialmente sobre a história do vinho, das vinícolas, das regiões produtoras etc. Ao comentar vinhos de R$ 17, atinjo muito mais pessoas comuns como eu. Certamente o Renato Machado não concordaria com isso, mas, como dia um filósofo que conheço: "cada um com seu cada qual". Abraços.

Anônimo disse...

Parabéns pelo blog, já está nos meus favoritos. Finalmente alguém comenta sobre vinhos que bebo e poderei beber um dia! O cuidado de por o rótulo, o preço e a avaliação! Perfeito!

Administrador disse...

Prezado Marcos Salomão, obrigado pelas visitas e pelas palavras de incentivo. Quando criei o blog, pensei exatamente em pessoas como você e eu, que tomarão vinhos com preço máximo de R$ 40,00. Mas, cá entre nós, parece que ainda estou longe deste teto. O vinho mais caro até agora comentado foi o Aurora 75, de R$ 28,00. Um abraço.