10 abril 2010

Opus One 1994

Numa tradução livre a expressão hors concours significa "fora do concurso". É utilizada para designar aqueles que participam de concursos mas não são elegíveis por serem muito superiores aos demais.
No Brasil a expressão se notabilizou quando Clóvis Bornaiy passou a vencer todos os concursos de fantasias do carnaval. Podemos incluir na lista o Pelé, por exemplo.
O que essa história tem a ver com esse blog? O que tem a ver com vinhos? Explico.

O vinho dessa postagem foi bebido quando minha esposa e eu fomos convidados para a casa dos amigos Alexandre e Eliane. Até ver a garrafa nunca passou pela minha cabeça que beberia um Opus One, ainda mais com 16 anos de idade. E ainda recebi a incumbência de abrir a garrafa. Quebrei a rolha, mas não estraguei o líquido, consegui retirar o pedaço que ficou. Talvez estivesse nervoso, mas prefiro acreditar que foi culpa do saca-rolhas.
Esse vinho é reconhecido mundialmente por ser o resultado da união de duas personalidades do mundo vinícola: Robert Mondavi e o Barão Philippe de Rothschild (
leia mais), que idealizaram uma joint venture para produzir vinhos no Vale do Napa, na Califórnia. O primeiro vinho Opus One foi da safra 1979 e desde então modifica-se o percentual das uvas e o tempo de passagem por barricas de carvalho francês, dependendo das características da safra, mas tendo sempre a CS como principal uva. Esse 1994, por exemplo, passou 18 meses pela madeira e é resultado do corte de 93% de Cabernet Sauvignon, 4% de Cabernet Franc, 2% de Merlot e 1% de Malbec.
Quanto ao vinho, não tinha condições de fazer anotações e também não queria fazer, queria apenas bebê-lo. E o fiz lentamente, aproveitando cada gole, porque não sei se beberei outro vinho desses algum dia. Elegante, complexo, intenso, ainda com potencial de guarda, são adjetivos que poderia utilizar, mas é melhor deixar isso pra lá. Um vinho de 14 anos, ainda em plena adolescência...
No dia seguinte comecei a pensar como escreveria sobre ele. Caberia uma descrição? Conseguiria traduzir o momento? Definitivamente não. Assim, resolvi criar uma nova classificação aqui no blog para os vinhos hors concours, aqueles que estão acima dos demais... não pelo preço, mas por sua história, pela idade, por sua raridade ou pela ocasião em que foram bebidos. E para diferenciá-los dos demais, não utilizo as tradicionais tacinhas, mas uma figura que representa pra mim algo único e incomparável.
Saúde a todos!
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6 comentários:

Paty disse...

nossa, esse vinho deve ser algo mesmo... provavelmente nunca chegarei a experimentar um... mas vc sabe que eu fiquei com um pouco de preconceito em relação aos vinhos Mondavi depois que vi o documentario Mondovino? Com certeza é besteira da minha parte, mas não posso negar este sentimento que o filme me passou. abçs

Anônimo disse...

QUE DEU VONTADE DE EXPERIMENTAR, DEU SIM, PARABENS PELO BLOG

luis henrique
xiquento@hotmail.com

Fred disse...

Provavelmente esse foi o Post que me deu mais sede, mais vontade de abrir uma garrafa de vinho, mesmo que não seja esse Nectar descrito.
E parabéns pela figura que simboliza realmente algo fora do curso.....

João Barbosa disse...

Caro amigo, neste momento odeio-o ;-D
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Um Opus One? Que maravilha! Estou cheio de inveja! Uma inveja muito grande! Uma inveja enorme!
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Que horror, sufoco de tanta inveja!
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Mas só para me consolar e também fazer inveja, fui esta sexta-feira a uma prova de vinhos de excepção... menos famosos que o Opus One, mas certamente quase tão bons... espero!...
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um grande abraço deste lado do Atlântico.

Anônimo disse...

Engraçado Jill porque Opus One 1999 foi o primeiro vinho que eu tomei na minha vida, engraçado porque eu nem sabia o que era vinho, um vinho escuro mais com um cheiro atentador... foi na casa de um grande amigo meu, O acido do vinho foi o que fez eu me interessar muito por vinhos.

marcos soares disse...

gostaria de informar a todos que apreciam o vinho opus one que eu tenho 12 garrafas a venda por 700,00 reais cada safra 2005