Hoje tenho o prazer de publicar a segunda entrevista da seção "Dez perguntas para...", que começou em dezembro com Eduardo Angheben (relembre).
Para esta edição, convidamos o enólogo João Valduga, diretor e enólogo-chefe da prestigiada vinícola Casa Valduga, pela qual tenho especial carinho e admiração. Tal distinção se deve não somente aos seus vinhos tintos, brancos e espumantes, mas especialmente pela acolhida que dão a seus visitantes nas pousadas, varejo, cursos de degustação e restaurantes. Não é raro encontrarmos os irmãos João, Juarez e Erielson circulando pela vinícola e com eles termos longas conversas em torno do vinho e da história da família. Cada um em sua área, cada um cuidando para que a tradição permaneça, mas com olhos voltados para o futuro.
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VPT - A Casa Valduga começou com a produção de vinhos de mesa como quase todas as famílias de imigrantes da Serra Gaúcha. Quando começou a transição dos vinhos de mesa para os vinhos finos? Como se deu esse projeto?
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Em meados de 1970, com a formação enológica dos filhos e com ajuda do patriarca Luiz Valduga, exímio enxertador, introduziu-se variedades viníferas em especial a variedade Cabernet Franc. Em 2000 se deu toda a reconversão dos vinhedos no sistema latada para espaldeira simples.
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VPT - Vocês possuem o melhor complexo enoturístico dentre as vinícolas brasileiras e agora estão com um novo restaurante, o Maria V., em homenagem à sua mãe. Quais os planos da Casa Valduga nessa área?
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Nossa principal meta com toda a estrutura de enoturismo que temos, que compreende três restaurantes e seis pousadas, todos juntos à vinícola, é fazer com que o consumidor conheça e entenda o sistema de elaboração dos nossos vinhos, o carinho e a dedicação que temos desde o vinhedo e crie o hábito do consumo de vinhos. Para isto não mediremos esforços em continuar melhorando sempre a estrutura e como projetado há alguns anos atrás, a construção de um SPA.
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VPT - A linha Mundvs já teve lançamento do Malbec argentino e do Cabernet Sauvignon chileno, esse último com premiações importantes no ano passado. Qual o próximo lançamento internacional da Casa Valduga?
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Agora seguimos para a Europa, em Portugal. Elaboramos um vinho maravilhoso do Alentejo, que estará disponível no mercado em meados de junho.
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VPT - Na Serra do Sudeste vocês produzem a linha Identidade, com castas menos conhecidas do consumidor brasileiro. Tenho duas perguntas sobre esse fato: que diferenças existem entre o terroir de Encruzilhada e do Vale dos Vinhedos? Podemos esperar um novo Identidade para as próximas safras?.
O Vale dos Vinhedos já tem um terroir próprio, conquistando a primeira Indicação de Procedência e recentemente a Denominação de Origem, enquanto Encruzilhada do Sul também tem o seu terroir. Com amplitudes térmicas diferenciadas da Serra Gaúcha, como por exemplo dias quentes e noites amenas, facilidade no plantio, na mecanização dos vinhedos, usando-se avançadas tecnologias agrícolas. Após dois anos de estudos sobre solo e clima, a Casa Valduga acreditou ser este o local ideal, preservando o meio ambiente na implantação de novos vinhedos ecologicamente corretos e introdução de novas variedades, como Arinarnoa, Marselan e Ancelotta, que compõem a linha Identidade.
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VPT - Ainda há terroir brasileiro que a Casa Valduga pretende apostar? O Nordeste, por exemplo?
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A Casa Valduga é uma vinícola de tradição, buscando uma qualificação superior em seus produtos, dentro de um microclima favorável a isso. Apostamos unicamente em regiões frias, período este necessário para a hibernação da videira.
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VPT - Com a Domno vocês criaram uma concorrente?
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Estamos neste mercado há muitos anos e vimos a oportunidade de oferecer uma gama de espumantes para outros segmentos. Considerando que a Casa Valduga somente elabora seus espumantes no método tradicional da refermentação em garrafa, instalamos esta nova empresa, focada na elaboração de espumantes no método charmat, oferecendo ao mercado uma nova proposta, com espumantes mais jovens e frescos.
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VPT - O Gran Reserva Chardonnay tem feito muito sucesso. Os vinhos brancos brasileiros podem ser referência internacional como são hoje os espumantes?
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Com certeza podem chamar muita atenção do mundo, pois temos condições climáticas adequadas e no caso do Chardonnay Gran Reserva, este é uma mostra de como pode-se, com dedicação e cuidado dede o vinhedo, elaborar um grande vinho que hoje é considerado um dos ícones brasileiros.
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VPT - Uma vez você me disse que o Storia com concebido num daqueles dias em que tudo dá certo. O que aconteceu pra ele ser um vinho tão especial?
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Apostamos fielmente na natureza, no homem e na divindade. Temos absoluta certeza que nós, seres humanos, estamos integrados e fazendo a nossa parte, como por exemplo, desponta, desbrota e raleio de cachos, colhendo somente uvas sãs e maduras - maturação fenólica perfeita.
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VPT - Atualmente o Espumante 130 é elaborado com chardonnay e pinot noir. Mas ouvi dizer que outra tinta, a pinot meunier, fará parte do corte. Que características terá o novo 130?.
A Casa Valduga busca estar sempre atualizada, junto a órgãos de pesquisa como a CNPUV - Embraba Uva e Vinho. Novas variedades estão sendo testadas em nossas terras e a pinot meunier está entre elas, mas por enquanto o que já temos envasado para os próximos três anos ainda conta com as consagradas chardonnay e pinot noir.
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VPT - Apesar de estar entre as cinco maiores vinícolas brasileiras em volume de produção, a Casa Valduga ainda permanece familiar e com ares de "pequena vinícola" em termos de cuidado com os produtos. Qual o maior desafio que vocês enfrentam para manter essa característica?
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Estamos entre as cinco vinícolas mais expressivas do Brasil, o que nos honra muito. A Casa Valduga continua sendo uma vinícola estritamente familiar, colhendo uvs em 156 hectares próprios, pelo sistema espaldeira simples, sempre preservando o meio ambiente, buscando novos clientes, entre os quais hotéis, restaurantes, delicatessens. Nosso maior desafio é a concorrência desleal com vinhos importados de baixa qualidade e procedência duvidosa. Além disso, a alta tributação imposta pelo nosso governo.
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VPT - A Casa Valduga começou com a produção de vinhos de mesa como quase todas as famílias de imigrantes da Serra Gaúcha. Quando começou a transição dos vinhos de mesa para os vinhos finos? Como se deu esse projeto?
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Em meados de 1970, com a formação enológica dos filhos e com ajuda do patriarca Luiz Valduga, exímio enxertador, introduziu-se variedades viníferas em especial a variedade Cabernet Franc. Em 2000 se deu toda a reconversão dos vinhedos no sistema latada para espaldeira simples.
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VPT - Vocês possuem o melhor complexo enoturístico dentre as vinícolas brasileiras e agora estão com um novo restaurante, o Maria V., em homenagem à sua mãe. Quais os planos da Casa Valduga nessa área?
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Nossa principal meta com toda a estrutura de enoturismo que temos, que compreende três restaurantes e seis pousadas, todos juntos à vinícola, é fazer com que o consumidor conheça e entenda o sistema de elaboração dos nossos vinhos, o carinho e a dedicação que temos desde o vinhedo e crie o hábito do consumo de vinhos. Para isto não mediremos esforços em continuar melhorando sempre a estrutura e como projetado há alguns anos atrás, a construção de um SPA.
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VPT - A linha Mundvs já teve lançamento do Malbec argentino e do Cabernet Sauvignon chileno, esse último com premiações importantes no ano passado. Qual o próximo lançamento internacional da Casa Valduga?
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Agora seguimos para a Europa, em Portugal. Elaboramos um vinho maravilhoso do Alentejo, que estará disponível no mercado em meados de junho.
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VPT - Na Serra do Sudeste vocês produzem a linha Identidade, com castas menos conhecidas do consumidor brasileiro. Tenho duas perguntas sobre esse fato: que diferenças existem entre o terroir de Encruzilhada e do Vale dos Vinhedos? Podemos esperar um novo Identidade para as próximas safras?.
O Vale dos Vinhedos já tem um terroir próprio, conquistando a primeira Indicação de Procedência e recentemente a Denominação de Origem, enquanto Encruzilhada do Sul também tem o seu terroir. Com amplitudes térmicas diferenciadas da Serra Gaúcha, como por exemplo dias quentes e noites amenas, facilidade no plantio, na mecanização dos vinhedos, usando-se avançadas tecnologias agrícolas. Após dois anos de estudos sobre solo e clima, a Casa Valduga acreditou ser este o local ideal, preservando o meio ambiente na implantação de novos vinhedos ecologicamente corretos e introdução de novas variedades, como Arinarnoa, Marselan e Ancelotta, que compõem a linha Identidade.
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VPT - Ainda há terroir brasileiro que a Casa Valduga pretende apostar? O Nordeste, por exemplo?
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A Casa Valduga é uma vinícola de tradição, buscando uma qualificação superior em seus produtos, dentro de um microclima favorável a isso. Apostamos unicamente em regiões frias, período este necessário para a hibernação da videira.
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VPT - Com a Domno vocês criaram uma concorrente?
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Estamos neste mercado há muitos anos e vimos a oportunidade de oferecer uma gama de espumantes para outros segmentos. Considerando que a Casa Valduga somente elabora seus espumantes no método tradicional da refermentação em garrafa, instalamos esta nova empresa, focada na elaboração de espumantes no método charmat, oferecendo ao mercado uma nova proposta, com espumantes mais jovens e frescos.
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VPT - O Gran Reserva Chardonnay tem feito muito sucesso. Os vinhos brancos brasileiros podem ser referência internacional como são hoje os espumantes?
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Com certeza podem chamar muita atenção do mundo, pois temos condições climáticas adequadas e no caso do Chardonnay Gran Reserva, este é uma mostra de como pode-se, com dedicação e cuidado dede o vinhedo, elaborar um grande vinho que hoje é considerado um dos ícones brasileiros.
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VPT - Uma vez você me disse que o Storia com concebido num daqueles dias em que tudo dá certo. O que aconteceu pra ele ser um vinho tão especial?
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Apostamos fielmente na natureza, no homem e na divindade. Temos absoluta certeza que nós, seres humanos, estamos integrados e fazendo a nossa parte, como por exemplo, desponta, desbrota e raleio de cachos, colhendo somente uvas sãs e maduras - maturação fenólica perfeita.
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VPT - Atualmente o Espumante 130 é elaborado com chardonnay e pinot noir. Mas ouvi dizer que outra tinta, a pinot meunier, fará parte do corte. Que características terá o novo 130?.
A Casa Valduga busca estar sempre atualizada, junto a órgãos de pesquisa como a CNPUV - Embraba Uva e Vinho. Novas variedades estão sendo testadas em nossas terras e a pinot meunier está entre elas, mas por enquanto o que já temos envasado para os próximos três anos ainda conta com as consagradas chardonnay e pinot noir.
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VPT - Apesar de estar entre as cinco maiores vinícolas brasileiras em volume de produção, a Casa Valduga ainda permanece familiar e com ares de "pequena vinícola" em termos de cuidado com os produtos. Qual o maior desafio que vocês enfrentam para manter essa característica?
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Estamos entre as cinco vinícolas mais expressivas do Brasil, o que nos honra muito. A Casa Valduga continua sendo uma vinícola estritamente familiar, colhendo uvs em 156 hectares próprios, pelo sistema espaldeira simples, sempre preservando o meio ambiente, buscando novos clientes, entre os quais hotéis, restaurantes, delicatessens. Nosso maior desafio é a concorrência desleal com vinhos importados de baixa qualidade e procedência duvidosa. Além disso, a alta tributação imposta pelo nosso governo.
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2 comentários:
Olá a todos!
Favaíto já se encontra online no Facebook através do email favaito@hotmail.com.
Visitem-nos!
Gostei da notícia do Mundus Alentejano. Deve ser uma notícia em primeira mão, nao é?
Sou fã do blog. Parabens pela entrevista.
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