Dia desses, um visitante deste blog deixou um comentário: "o vinho de supermercado não se presta a degustação". Nomeou-se "Enochato". Pois bem! Devo confessar: lá vai outro comentário de vinho de supermercado. Pra ser mais exato, de uma grande rede de Santa Catarina, onde estive em outubro deste ano. A importadora deste vinho também pertence ao mesmo grupo do supermercado, talvez isso explique o preço irrisório que paguei por esta agradável surpresa: R$ 12,90.
É produzido pela Filus Bodega & Viñedos (antiga Medrano Estate), que ocupa a 3ª posição no ranking argentino de exportações, considerando as bodegas que possuem 100% de capital nacional.
Um vinho de coloração púrpura, com bordas rosáceas e abundantes lágrimas no copo. Um vinho jovem ainda. No nariz, revelou de início pouca fruta. Após uma leve agitação, frutas vermelhas apareceram em abundância. Na boca, é leve, com taninos redondos, muita personalidade e surpreendentemente agradável. Apenas pelos aromas iniciais, diria se tratar de um vinho chato, mas no palato revelou muita fruta madura.
Seu final é de persistência razoável, com um pouco de álcool a atrapalhar (mas nada que o desqualifique). Enfim, um vinho fácil de beber.
Se tivesse me custado R$ 25, não seria tão bom, mas a menos de R$ 13, tem um excelente custo benefício. Pode comprar algumas garrafas para os presentes de fim de ano (até porque a garrafa é linda). Mas lembre-se: não é um presente adequado para os que não suportam os vinhos de supermercado!!!
Degustado em 13 de dezembro de 2006.
Degustado em 13 de dezembro de 2006.
4 comentários:
Não sei qual é o problema com os vinhos de supermercado. Não conheço os supermercados do Brasil, mas suponho que não sejam muito diferentes dos portugueses. Há, é claro, uns melhores do que outros, uns mais sofisticados do que outros, bem se vê. Parto do princípio que são idênticos, pelo que deduzo que também por aí se rejam pelas mesmas regras comerciais. Assim, valem mais as marcas com melhor desempenho de vendas. E melhor vendas não quer dizer, necessariamente, pior qualidade. É verdade que os vinhos de pequena produção não se encontram nos supermercados, mas há também vinhos maus feitos em pequena escala.
Assim, devo concordar com o autor desde blog em classificar despropositada a frase de que "o vinho de supermercado não se presta a degustação".
Já o termo enochato merece um comentário à parte:
Gostava de ter sido eu o autor da frase: «não te tornarás um enochato». O vocábulo é fantástico e o mandamento é lindo e certeiro.
Saudações e boas provas!
Prezado João, mais uma vez agradeço pela visita e comentário em meu blog. Tem razão em tudo que disse. Exemplo de que quantidade não é necessariamente falta de qualidade temos num vinho chileno, o "Gato Negro", que é o mais vendido do mundo (25 milhões de litros/ano). É um vinho de supermercado, na casa dos R$ 19 (6 euros), com excelente custo-benefício. Assim como também já comentei vinhos brasileiros, de vinícolas familiares, que se vangloriam da pequena produção, mas não têm a qualidade esperada. Bem se vê que você é mesmo um adepto do mandamento "não te tornarás um enochato". É um amante dos vinhos, quaisquer que sejam suas origens, desde que sejam bons! Forte abraço.
Também comprei um Medrano Cabernet Sauvignon 2007 em super mercado. Queria encontrar um vinho com boa relação custo benefício para o dia a dia. Encontrei. Achei bem equilibrado e por um ótimo preço (R$ 14,00). Com certeza vou comprar novamente.
Hahhh... não existe isso de vinho de supermercado não é bom para degustação...
Moro em Santa Catarina, em 2007 tive a sorte de encontrar este vinho no Angeloni, supermercado local que tem uma adega bem razoável, por 11,90, fiquei curioso e comprei uma garrafa para experimentar. Grata surpresa, um paladar muito agradável e acompanha muito bem jantares diários. Voltei ao mercado para comprar mais do mesmo lote, outra surpresa estava em promoção por 9,90 comprei 4 caixas.
Nunca mais consegui uma relação custo x benefício tão generosa.
Pena que as safras posteriores não vieram no mesmo nível.
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