| Foto: Marcel Gussoni (www.saborsonoro.com.br) |
Depois de tantos anos escrevendo para o blog, tendo provado milhares de vinhos, confesso que são poucos os que me surpreendem positivamente já no primeiro gole. Bebo o vinho, encontro seus atributos, sei se gosto ou não dele, se vale o que custa, mas surpreender mesmo, causa impacto, são poucos. Então, nesse quesito esse português é uma exceção.
Por ser um vinho "regional alentejano" eu esperava mais potência, mas a delicadeza me surpreendeu. Esperava aromas mais maduros, mas o frutado dele é bem fresco. No lugar da madeira, uma franqueza interessante, já que esse não passa por barricas.
É elaborado pela família Alves Vieira, em Vidigueira, no Alentejo. As uvas são as tradicionais Trincadeira, Touriga Nacional e Alicante Bouschet. Não passa por madeira e tem 13% de álcool.
A cor é rubi, com reflexos violáceos. Os aromas são intensos, muita fruta vermelha, principalmente frutos delicados como cerejas, notas florais (provavelmente pela presença da TN) e discreto chocolate. Na boca tem corpo médio, grande acidez e taninos macios. Os frutos delicados estão bem presentes e a acidez deixa o vinho bem refrescante. Equilíbrio entre todas as características.
Final longo, prazeroso, dando vontade de mais um gole. Tem boa vocação gastronômica e em razão da acidez pode acompanhar pratos de massa com molho vermelho, por exemplo.
Detalhes da compra:
O vinho é importado pela La Pastina e tem o preço sugerido de R$48. Uma excelente compra, que me deu curiosidade de experimentar os outros dois vinhos da mesma vinícola: um branco de mesmo preço e sem passagem por madeira, elaborado com as uvas Antão Vaz, Fernão Pires e Roupeiro; e um tinto Reserva, vendido a R$75, com as castas Syrah, Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Petit Verdot, com passagem de 6 meses por barricas francesas.
Saúde a todos!


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