Comprei esse vinho há uns 3 anos no Armazém Canta Maria, em Bento Gonçalves e não me lembro quanto paguei. Acredito que tenha sido um preço na casa dos R$40 e alguns detalhes me chamaram a atenção à época: vinho antigo e ainda no mercado; a produção muito pequena; e um galho de videira colado à etiqueta.
Um detalhe importante não foi percebido e só descobri esse ano: a Vinícola Maximo Boschi é um projeto de dois enólogos, Renato Savaris e Daniel Dalla Vale, esse último diretor técnico do Grupo Valduga e eleito o Enólogo do Ano 2011 pela Associação Brasileira de Enologia - ABE.
A proposta é muito bacana: colocar no mercado vinhos de alta qualidade, longevos e que já estejam num estágio que permita ao consumidor entender as características de um vinho evoluído. Pra se ter uma ideia, agora que está no mercado a safra 2004 desse Merlot. O Chardonnay deles também é de 2004 e por aí vai.
Quanto a esse Merlot, ele teve passagem de 1 ano por barricas francesas. Na taça a coloração é rubi, com bordas alaranjadas e boa transparência.
No nariz o frutado maduro perdeu força dando lugar à lembrança de frutos secos, ameixa seca, especiarias, pimenta do reino, tabaco e couro. Boa complexidade.
Na boca os taninos ainda são marcantes, com acidez ainda presente, reptindo em boca as sensações olfativas. Não tem a fruta exuberante de um Merlot jovem, mas a complexidade em boca é muito boa. Final um tanto ligeiro, marcado pelos taninos e acidez.
Abri essa garrafa na companhia de amigos que ainda não tinham provado um vinho tão antigo e evoluído. Ficaram encantados com a mudança que o vinho tinto sofre com os anos em garrafa, desde a cor às características aromáticas, mas sem perder a estrutura.
Saúde a todos!
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