11 janeiro 2009

Periquita Tinto 2004

O Brasil, ao lado da Suécia, é o maior importador deste clássico vinho da José Maria da Fonseca (fundada em 1834). É um "Vinho Regional Terras do Sado", produzido na Península de Setúbal a partir de um corte entre a predominante Castelão (70%), Trincadeira (20%) e Aragonez (10%), que passa 4 meses em madeira nova e usada.
Até 2001 o vinho era monovarietal, mas a Castelão demora bastante tempo para "amaciar", prejudicando a aceitação rápida do vinho pelo mercado cada vez mais ansioso.
Já havia degustado a safra 2003 e gostado. Então, em setembro de 2007 degustei pela primeira vez a safra 2004, voltando a repetir a experiência em outras ocasiões. Na última, em novembro de 2008, cheguei à mesma conclusão das degustações anteriores: esse 2004 é um vinho bem comum. Da primeira vez fiquei imaginando que poderia haver alguma coisa errada, porque o vinho foi exaltado pela crítica especializada como uma das boas compras na faixa de preços. Repetidas vezes o resultado sempre foi mediano pra mim. Gosto pessoal, claro!
No copo coloração púrpura, boa transparência, denotando pouco corpo. Aromas um tanto tímidos, perfume de flores (violetas) e frutas vermelhas silvestres (morangos). Na boca é leve, com taninos redondos e acidez discreta. Álcool sem incomodar (13%). Final curto, mas agradável. Madeira muito discreta.
Vinho muito comum, embora tenha muita tradição em nosso mercado. Comprei garrafas variando preços entre R$19 e R$27. Mas nos supermercados brasileiros há vinhos do Dão ou Douro (que recebem classificação DOC), na mesma faixa de preços e mais interessantes. Me perdoem os fãs do vinho, que são muitos e fiéis.

16 comentários:

João Barbosa disse...

Olá, caríssimo.
Este vinho não tem, de facto, nada de extraordinário, é um vinho comum, mas bem feito. Em restaurantes populares, muitas vezes com vinhos evitáveis e preços inflacionados (coisa típica portuguesa), esta é, muitas vezes, a escolha acertada.
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Está muito longe de ser um favorito.
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Faz parte do «património cultural» português.

João Barbosa disse...

Olá novamente, depreendi agora, ao reler-te, que valorizas a questão dos vinhos DOC. Bem, o facto de ser DOC só em teoria significa melhor qualidade. Porque, vinhos fora duma determinada denominação de origem ou que não sejam produzidos com as castas autorizadas para DOC recebem rótulo de vinho regional.
No Alentejo, por exemplo, a área dentro das DOC (embora agora se use uma genérica para toda a região) é muito pequena face à região. Trata-se duma vasta área caracterizada por uma significativa qualidade média.
Há ainda uma outra situação que é a do vinho de mesa, classificação para os vinhos de menor qualidade, que não podem ostentar termo geográfico, castas ou ano. Porém, existem casos de vinhos excelentes como o Dado/Doudão (vinhos do Douro e Dão, que por essa via perde direito a DOC e Regional) ou do Anima (porque feito com casta não autorizada pela entidade certificadora).
Existem ainda casos de produtores da Bairrada preferirem o selo de menor estatuto (teórico) de Regional Beiras por estarem em conflito com a certificadora ou por considerarem que é desprestigiante o topónimo, devido a alegadas menores exigência na certificação. De facto, e não querendo entrar nessa polémica nem dar razão a ninguém, há muitos casos de vinhos DOC que só têm qualidade para vinho de mesa... mas regulamentos são regulamentos, há muitos produtores, muitos interesses e enfim... qualquer sapateiro faz vinho DOC.
Note-se ainda que existem DOC sem qualquer interesse, tratando-se de mera tradição e, duvido, que alguma vez os seus vinhos tenham (genericamente) sido dignos de grande nota, refiro-me, por exemplo às DOC da Estremadura ou do Ribatejo (agora com DOC genérica).
Portanto, o facto do Periquita não ser DOC não é uma menos-valia. Possivelmente porque o produtor não quer pagar o selo da certificação DOC, preferindo a Regional (menor custo) ou porque as vinhas donde são provenientes as uvas se estendem para fora da DOC Palmela.

Anônimo disse...

Coincidentemente nesse fim de semana abri duas garrafas do Periquita. No sábado, um branco 2007, e no domingo um tinto 2005, esse último já com o rótulo novo. O tinto está bem de acordo com suas descrições do vinho do ano anterior. Não me lembro de ter bebido nenhum de 2004, mas com certeza bebi por três ou quatro vezes o 2003, e este último, de 2005, me deixou uma impressão melhor que os anteriores. Talvez por estar mais novo. Continua sendo um vinho bom, sem nada de muito especial. A R$22,00, que foi o que paguei, tá de ótimo tamanho, pois é confiável. Sabe-se exatamente o que se está levando, nem mais nem menos. É seguro, portanto, e isso é bom.
Já o branco, é um moscatel, que não é muito a minha praia (prefiro brancos bem secos), mas gostei deste, que achei bem versátil. Foi dos petiscos de entrada ao chocolate da sobremesa, passando por uma macarronada, e não fez feio em nenhum momento. Mais uma vez, não tem nada de muito especial, mas vale o que se paga (R$22,00 também).
Abraço e boas experiências nesse novo ano.
VicBarr

Administrador disse...

Acredito que uma boa expressão para definir este vinho é "CONFIÁVEL". Nada de extraordinário, mas dá conta do recado. O problema é o preço, porque às vezes o encontramos perto dos $30. Se puder comprar por R$20-22, é uma boa compra.

Não fiz anotações, mas me lembro de ter gostado mais da safra 2003. O vinho de 2005 talvez esteja melhor. Vou experimentá-lo dia desses.

Saúde a todos!

Administrador disse...

Caro João Barbosa,

a postagem deste tinto português coincidentemente saiu na mesma semana em que você comentou um vinho brasileiro em seu blog. Pura coincidência mesmo, já que havia programado este comentário desde dezembro.

Obrigado mais uma vez pela aula sobre Portugal e suas regiões demarcadas.

Saúde!

Anônimo disse...

Olá a todos. esse vinho é meu preferido para o dia-a-dia. Compro aqui em Goiânia por R$21 e gosto de abri-lo aos domingos no almoço. A família gosta muito.
Parabéns pelo blog e obrigado pelas dicas.
Marcel.

Flavio Lacerda disse...

Comprei uma garrafa do 2005 e abri com dois amigos.Todos achamos um bom vinho .pagando 19,90 então foi de ótimsa relaçâo qualidade/preço.

Anônimo disse...

Piriquita um vinho medíocre. Bom... vou contar uma história para que tirem ilações: O Sr. José Maria da Fonseca, residente ali para os lados de Setúbal, às portas da morte, chama seu filho à cabeceira da cama e diz: "Olha filho, agora és tu que vais passar a dirigir estes vinhedos e adega, mas não te esqueças nunca, é que das uvas também se faz vinho, este conselho pode um dia vir a fazer-te falta". Lá se foi o nosso bom José Maria da Fonseca e seu filho passou a dirigir a herdade... Como bom português que sou Piriquita!!!! só se não souber o que estou a beber... O vinho não é medíocre... é mau. Contrariamente ao que muitos dizem e pensam os melhores vinhos portugueses, de qualquer região, os primeiros são os VQPRD (Vinhos de Qualidade Produzidos em Região Demarcada), são os vinhos de excelência e depois os DOC, os restantes só de adegas privadas e a esse não temos muito acesso e digam o que disserem, mas é assim. Agora Piriquita! Nããããoooo...
Gustavo

Rua Sem Dono disse...

Tomei o Periquita tinto 2005, já de rótulo novo,além do cheiro e gosto de umidade, como ultimamente estou encontrando em alguns vinhos portugueses das safras entre 2005 e 2008, deixou muito a desejar pela falta das características, de aromas e taninos como as dos bons e tradicionais vinhos portugueses.

Paguei R$ 25,35 no ABC Pailista.

Abraços
Marcos Silva

Anônimo disse...

Pela primeira vez entrei neste Blog que me surpreendeu de uma forma muito positiva.Fazer apologia ao Consumo de Vinhos com Preços acessiveis á grande maioria dos Consumidores Brasileiros, é um grande contributo que este Blog está dando para que o Vinho se converta numa bebida do POVO e para o POVO.
Parabens, espero que continue mostrando que é possivel se beber Vinho com qualidade a Preços baixos, sem que as Pessoas sejam "OBRIGADAS" a acreditar que a qualidade está no Preço do Vinho ou mesmo no rotulo da Garrafa.
Um abraço

Administrador disse...

Barros, fico grato pelo comentário.

a proposta é essa mesmo, comentar vinhos acessíves, que compro em casa.

de vez em quando recebo críticas porque fujo dos valores mais baixos, mas também sou filho de Deus e uma extravagância não faz tanto mal assim.

mas é natural também que com a evolução do paladar o consumidor procure vinhos numa faixa de preços maior. Eu, por exemplo, bebo menos hoje do que quando comecei o blog, mas bebo melhor. E isso implica naturalmente na escolha de vinhos um pouco mais caros, mas na maioria das postagens ainda mantenho a média de preços.

Saúde.

VPT
11/04/2010

amadoavilar disse...

Gostaria de agradecer em ajudar pelo menos a mim, quanto a orientação para encontrar um vinho por um preço acessível. Com uma linguagem bem entendida . Procuro um vinho para acompanhar um refeição normal e lá esta a sua sugestão. Novamente obrigado e espero poder continuar usufruir de suas experiências no mundo do vinho.

Anônimo disse...

Olá. amigo! provei agora em 2011 um periquita da safra de 2002 e fiquei apaixonado. Cor vermelha com nuances atijoladas, halo aquoso bem desenvolvido, aromas de frutas vermelhas e madeira bem acentuados e sabor de madeira bem evidente, além de taninos super redondos. Quis tirar uma dúvida e comprei uma garrafa da safra de 2007, e lógico muito aquém do 2002, mas um vinho honesto e bom. parabéns pelo blog, tem sido meu aio nesse fascinante mundo dos vinhos.
Abraços, André Leão

Anônimo disse...

Não conheço de vinho nunca compre, mais comprei hoje! O vinho periquita regional ano 2007 para presentear no dia dos namorados meu marido!!! Espero que ele goste!! Abraço.


EVELLY PATY
IPOJUCA- PORTO DE GALINHAS- PE

Anônimo disse...

Não conheço de vinho nunca compre, mais comprei hoje! O vinho periquita regional ano 2007 para presentear no dia dos namorados meu marido!!! Espero que ele goste!! Abraço.


EVELLY PATY
IPOJUCA- PORTO DE GALINHAS- PE

Anônimo disse...

o periquita é mais ou menos como a mulher do meu vizinho. foi confiável, até fugir com o ricardão. é hoje um vinho fraco ou medíocre. não tomo! como diz o blogueiro o paladar vai afinando e você deve poupar o fígado de algumas agressões conhecidas. trouxe de portugal o novo periquita que me custou perto de 45 euros e continuei com a impressão de que não me afino com o vinho, nem em sua versão mais refinada.