13 dezembro 2007

Angheben Barbera 2006

A Vinícola Angheben, fundada em 1999, é daquelas que deixam curioso qualquer amante do vinho. Produz vinhos diferentes, com castas pouco usuais no Brasil, como touriga nacional, barbera e teroldego. A primeira de origem portuguesa e as duas outras italianas. Seus produtos são bem cuidados: rótulo simples e marcante, garrafas e rolhas de boa qualidade, produção limitada. Recentemente caiu nas graças de enófilos, como Renato Machado e Ed Motta, especialmente pelo seu touriga.
Comprei este barbera em setembro, na Canta Maria, cantina de Bento Gonçalves, pagando R$27. Estava bastante curioso, mas o resultado não foi o esperado. Apesar de ter degustado o vinho sabendo que suas características são muito mais européias do que sul-americanas, não agradou tanto quanto esperava.
No copo, coloração púrpura, com boa formação de lágrimas. Vinho jovem ainda. Aromas de frutas e ervas, bastante tímidos. Madeira discreta. Pouco corpo, mais ácido do que tânico (uma característica da casta) e um certo "azedo", lembrando frutas de cerrado. Madeira bem integrada. A acidez lhe dá uma refrescância incomum nos tintos. Álcool a 12%.
Vinho rústico, sem notas doces. Final médio, com frutado discreto e madeira no palato.
Como disse, vinho que foge à "padronização" que temos visto nos vinhos sul-americanos. Vinho tipicamente italiano, o que significa que não deve ser bebido sem comida.
Os que comigo degustaram o vinho observaram que o vinho não seduziu, não deu vontade de abrir outra garrafa. Uma pena!

2 comentários:

Anônimo disse...

Conheço todos os vinhos da Angheben. O Touriga nacional é o melhor deles. Concordo com seus comentários sobre este Barbera. Esperava muito mais dele, mas achei um vinho comum e de certa maneira chato.

Administrador disse...

Em visita ao Vale dos Vinhedos, estive no varejo da Angheben no dia 14/10/08. Provei com minha esposa o Barbera 2007, que estava bem melhor que este, mais redondo, macio e sem as notas "que lembravam frutos do cerrado". Vinho mais maduro e agradável, sem dúvida. O atendente (que pareceu ser enólogo também) nos disse que a variedade é difícil de cuidar e "apanharam um pouco" no início. Agora a tendência é obter vinhos cada vez melhores.
A impressão quanto aos demais foi muito boa. Compramos um Touriga Nacional, que será comentado em breve no blog.