15 abril 2007

Forestier Merlot Noir 2005

Há uma frase de Konrad Adenauer, político alemão, que bem define esta postagem: "Deus estabeleceu limites definidos para a sabedoria do homem, porém não para sua estupidez".
Trocando em miúdos, vi este vinho por várias vezes e sempre pensei "não compensa", "nunca vou comprá-lo", "não conheço essa uva"... Mas, num dia em que a estupidez superou qualquer resquício de inteligência e sensatez, desenbolsei perturbadores $14. Comprei, bebi e, pior, estou aqui assumindo isso, como se fosse num divã ou confessionário!
O vinho é produzido em Santana do Livramento pela Maison Forestier, pertencente ao grupo Pernod-Ricard. Fiquei na dúvida se a uva é merlot noir ou trata-se de um corte de merlot e pinot noir. No site da vinícola encontrei informações somente sobre o Forestier Merlot, mas o rótulo que aparece é de um merlot noir (???). Como não gostei do vinho, não procurei mais informações!
No copo, cor púrpura denotando jovialidade, boa formação de lágrimas apesar dos 11,5% de álcool. Aromas intensos de madeira (pouco elegantes, pareciam verdes). Aromas moderados de frutas secas, com notas vegetais ao longe.
Pouco corpo e taninos praticamente ausentes. Final de pouca persistência. Palato com notas vínicas muito simples. O vinho, como um todo, é muito simples, fraco mesmo para o dia-a-dia.
Se fosse criar uma designação para ele, diria tratar-se de um vinho anoréxico, à beira de uma falência múltipla. Temos muita coisa boa nessa faixa de preço. Portanto, não seja estúpido quando este que lhe escreve!

14 comentários:

Anônimo disse...

Estupidez e coragem ao mesmo tempo (rs)!

João Barbosa disse...

quanto ao vinho nada vou dizer, pois não conheço. quanto à casta, posso dizer que não é junção de mrlot com pinot noir. é uma casta antiga, cujos registos mais antigos datam do século XVIII e que está aparentada com as castas cabernet.
saudações.

Administrador disse...

João, já havia constatado isso. Mas o que causou estranheza é que o próprio site da vinícola nada diz. Na França, pelo que encontrei em algumas pesquisas, a merlot noir lidera a produção de mudas. Quanto a você não conhecer o vinho, não se preocupe, não está perdendo absolutamente NADA!
Abraço.

Anônimo disse...

Como curioso comprei um Forestier - Merlot Noir 2005 e gostei! É um vinho para o dia-a-dia,leve, frutado e pouco alcool (11,5º). Também experimentei o Cabernet Franc - 2006 (muito inferior)Depois de um dia de trabalho abra um Forestier Merlot Noir e relaxe!!!!!!

Administrador disse...

Anônimo, vinho bom é o que você gosta. Se prefere o merlot noir ao cabernet franc, ótimo!
Obrigado pela visita e comentário. Da próxima vez, identifique-se, para aumentarmos o círculo de enoamigos.
Saúde.

otavio bertotti disse...

A literatura sobre vinhos finos no Brasil, antes de 1990, se restringia aos dados da Serra Gaúcha e às menções sobre a produção na fronteira com o Uruguai. Este início de milênio nos traz duas novidades notáveis, a saber, os vinhos da região mais árida do país, o vale do São Francisco, e os de sua região mais fria, o planalto de São Joaquim.
O próprio mapa enológico do Rio Grande do Sul, onde tudo começou, foi enriquecido com a consolidação da Campanha Gaúcha, o desenvolvimento da Serra do Sudeste e a inclusão dos Campos de Cima da Serra, no norte do estado.

otavio bertotti disse...

O planalto catarinense
A aclimatação de variedades finas em São Joaquim e Bom Retiro, em Santa Catarina, na altitude de 1200 metros, e a implantação de vinícolas no local, fizeram do planalto de São Joaquim a mais nova área vinícola do Brasil. Baixas temperaturas invernais, amplitude térmica de 15 graus e solos pedregosos isentos de matéria orgânica, criaram uma expectativa favorável em torno da qualidade das uvas da região. A altitude elevada e o frio propiciarão a colheita das tintas em março, diferentemente da Serra Gaúcha que colhe em fevereiro, oferecendo uvas mais estruturadas e vinhos dotados de mais corpo e longevidade.
A instalação local de maior porte - a Vinícola Villa Francione - está situada na estrada de São Joaquim para Lages e é administrada pelos herdeiros do empresário Dilor de Freitas, quem iniciou o empreendimento. O primeiro vinho da Francione, um branco da Chardonnay, foi apresentado em 2005. O seu primeiro Cabernet Sauvignon, que se apresenta mais alcoólico para os níveis brasileiros, estará no mercado entre 2006 e 2007.

Anônimo disse...

Campos de cima da serra
No planalto do extremo norte do Rio Grande do Sul, a 1000 metros de altitude, ocorreu a implantação dos vinhedos de Campos de Cima da Serra, nas redondezas de Vacaria (RS). Por iniciativa do empresário Raul Anselmo Randon foram aclimatadas, desde 2000, as variedades Cabernet Sauvignon e Merlot.
Um convênio de Randon com a família Miolo ensejou a elaboração de um interessante tinto Cabernet - Merlot sob a marca RAR, iniciais do nome do empresário. Os vinhos RAR de Campos de Cima já estão no mercado. É possível esperar uma expansão do vinhedo atual e, no futuro próximo, dependendo do sucesso dessa iniciativa, a fixação de outros produtores de uvas e vinhos finos nessa localidade gaúcha.

Anônimo disse...

A serra do sudeste

Vinhedo no Vale do Rio São Francisco
Incluindo as localidades de Pinheiro Machado e Encruzilhada do Sul, a serra do sudeste do Rio Grande do Sul apresenta ondulações pronunciadas, mas as altitudes não são elevadas, cerca de 600 m acima do nível do mar.
Área de clima temperado e solos graníticos, a serra tem provado adequação no cultivo de uvas nobres, tintas como Cabernet Franc e Merlot, brancas como Sauvignon Blanc e Malvasia. A colheita atual da região produz o suficiente para originar 500 mil garrafas de tintos e brancos, vinificados, por enquanto, em instalações da Serra Gaúcha.
A serra gaúcha
Situada na latitude de 29 graus sul, essa região era o único pólo brasileiro de vinhos finos nos anos 70. Responsável por 90% do vinho produzido no Brasil, a Serra Gaúcha tem como centro o município de Bento Gonçalves, onde se encontra o Vale dos Vinhedos, e inclui outros municípios importantes como Garibaldi, Caxias do Sul e Flores da Cunha. A região encontra-se em altitudes entre 400 e 600 metros, solos areno- argilosos ácidos e a elevada pluviosidade de 1800 mm.
Ainda que se desenvolva no momento um esforço para melhoria de qualidade, com troca das parreiras por espaldeiras e de uvas americanas comuns por uvas européias nobres, a proporção de uvas viníferas na Serra Gaúcha não passa de 15%.

otavio bertotti disse...

A campanha gaúcha
Tendo os pampas como paisagem típica, a região fronteiriça do Brasil com o Uruguai dispõe de terrenos planos - ou pouco ondulados - a altitudes baixas, entre 100 e 200 m acima do nível do mar. Exibe clima temperado com verões quentes e secos, menos chuvosos que a Serra Gaúcha. Os terrenos, infelizmente, são medianamente férteis, o que leva, em geral, a vinhos menos estruturados.
Nessa área, o principal pólo viti vinícola continua sendo Palomas, em Santana do Livramento, onde a empresa americana Almadén plantou, nos anos setenta, extensos vinhedos hoje pertencentes à multinacional Pernod-Rica
Os vinhedos fronteiriços produzem uvas Tannat, Cabernet Sauvignon e Merlot entre as tintas e Riesling, Chardonnay e Gewürztraminer entre as brancas.
Recentemente, nos municípios de Bagé e Candiota foram aclimatadas as castas portuguesas Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Roriz. Consolida-se, assim, a Campanha Gaúcha como partícipe na geografia do vinho nacional.

otavio bertotti disse...

O Vale do São Francisco

Vinhedo no Vale do Rio São Francisco
Em torno do eixo Petrolina - Juazeiro o vale do Rio São Francisco apresenta terrenos planos, na altitude de 400 metros, com paisagem típica da caatinga. Localizado fora da faixa apropriada para o cultivo de uvas viníferas, o semi-árido apresenta baixa pluviosidade (menos de 500 mm) e forte insolação. O cultivo tornou-se possível graças à irrigação controlada com a água do rio. Seus solos areno-argilosos permeáveis têm se mostrado adequados para a aclimatação de videiras como Moscatel, Cabernet Sauvignon e Syrah. Na localidade de Santa Maria da Boa Vista, no lado pernambucano, a empresa Vinibrasil elabora vinhos tintos, roses, brancos e espumantes da linha Rio Sol. No município de Casa Nova, no lado baiano, as empresas Miolo e Lovara produzem brancos secos, brancos doces, tintos e espumantes da marca Terranova. Sem deixar de lado a marca Boticelli, pioneira de Santa Maria, onde também estão aclimatadas a Tannat, a Petit Syrah e a Ruby Cabernet. Como se vê, a geografia brasileira de vinhos finos ampliou- se e demonstra vitalidade.

:.tossan® disse...

Há coisas piores do que um Forestier, talvez um cabernet frannc.

Andreia disse...

Olá, o vinho é um bebida que adoro. Mas não entendo muito de vinho, qual a melhor e assim por diante. Gostaria de saber sobre um vinho que ganhei se é um bom vinho, para poder abrir num dia especial. Ou como vi nos comentários tomar para relaxar depois de um dia de trabalho. É um Forestier, Semillon Blanc seco, Safra 1992, Maison Forestier 1750. Obrigada.

Anônimo disse...

Cabernet Franc não é uva nobre. É uva especial, boa para vinho de mesa.

Não existe como comparar Merlot ou Cabernet Sauvignon com Cabernet Franc.