A Sicília é uma ilha montanhosa, não muito longe da África, que produz grandes quantidades de vinho, a partir especialmente das uvas nativas (autóctones). Encontrei informação de que os vinhedos da ilha são capazes de produzir mais vinho que a Austrália e Chile juntos e uma variedade de mais de 250 uvas.
Na Sicília está sediada a Casa Vinícola Calatrasi, em San Cipirello, que foi fundada na década de 1980 pelo médico Maurizio Micchichè, depois de uma viagem à California, onde conheceu métodos de produção, além de frequentar cursos de enologia, viticultura e marketing. Rapidamente, dizem, adotou métodos para produzir vinhos que agradassem aos paladares mais "modernos", leia-se vinhos para o Novo Mundo.
Este vinho, pra mim, é diferente do que a importadora propaga. Nada de "frutas vermelhas do bosque". Na minha opinião, sujeita a críticas, é um vinho que carrega características de um italiano tradicional, apto a acompanhar a culinária local (já que os italianos não bebem vinho sem comida). É um vinho austero, firme, áspero e encorpado, pelo qual paguei R$ 28.
No copo, cor púrpura, com reflexos granada, formando grossas e lentas lágrimas (13% de álcool). Aromas vegetais de boa intensidade, com álcool aparente no nariz, um tanto excessivo.
Na boca, retrogosto amadeirado, com notas vegetais muito agradáveis. Vinho encorpado, áspero e tânico, "amarrando" a boca. Final de média persistência, deixando marcas da tipicidade da uva autóctone com que é produzido. Acompanharia muito bem carnes vermelhas e queijos fortes.
É um vinho interessante, mas não deve ser consumido por quem goste de vinhos fáceis, redondos e frutados!
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