24 setembro 2024

Valeu o tempo de guarda :: Casas del Bosque Riesling 2019


País: Chile
Região: Casablanca
Produtor: Casas del Bosque 
Uvas: 100% Riesling
Maturação: sem passagem por madeira
Álcool: 13,9%

Não é fácil encontrar um Riesling que seja tão  interessante quanto os europeus alemães, austríacos ou franceses, especialmente porque os preços ultrapassam a casa dos R$200 com facilidade. Então, um exemplar sul-americano pode ser uma boa saída, especialmente se é elaborado por uma vinícola prestigiada como a Casas del Bosque e as uvas vêm de uma região mais fria e comprovadamente ideal para vinhos brancos (Vale de Casablanca). 

É importante dizer que esse é um vinho de 2019 e foi aberto agora em setembro de 2024. Portanto, lá se foram cinco anos e a pergunta é sempre a mesma: esse vinho ganhou algo com a guarda? Poderia ter deixado tanto tempo sem abrir? 

Bom, quando ele era bem mais jovem abri uma garrafa, talvez lá por 2021, e o vinho não me impressionou. Ainda muito jovem, apresentava aromas florais e alguma mineralidade própria da região, mas nada que lembrasse verdadeiramente um Riesling. Agora, aos cinco anos, sua coloração já está mais amarelada, houve evolução nítida em seus aromas e sabores, mantendo o floral e o mineral, mas aparecendo notas de frutos brancos mais maduros e especialmente uma discreta nota lembrando petróleo, característica dos Riesling europeus.

Não tem passagem por madeira, mas ficou por 2 meses em contato com as borras da fermentação (sobre lías), o que contribui para uma maior complexidade. A acidez é boa, o que me surpreendeu por se tratar de um vinho chileno que não são necessariamente frescos em razão da baixa acidez.   

Enfim, um bom exemplo de que um vinho branco jovem pode ganhar complexidade e se tornar mais interessante com algum tempo de guarda, lembrando que ficou em adega climatizada por todo esse tempo. Se não estivesse em condições ideais talvez estivesse bem desinteressante agora em 2024. 


Detalhes da compra:

Esse vinho já foi importado por várias empresas, mas comprei esta garrafa quando chegava ao Brasil pela Domno e hoje, em Uberlândia, é vendido na casa dos R$170. 

Saúde a todos!








  

07 março 2024

No carrinho do supermercado :: Aurora Pequenas Partilhas Cabernet Franc 2020


País: Brasil
Região: Serra Gaúcha
Uvas: 100% Cabernet Sauvignon
Maturação: 6 meses por barricas francesas e americanas
Álcool: 12,5%

Essa é uma linha da Aurora que gosto bastante. Além desse Cabernet Franc brasileiro eles fazem um Malbec argentino, um Carmenère chileno e um Tannat uruguaio. Mas, confesso minha predileção para este vinho de hoje. Não se trata de um vinho excepcional e nem mudará sua vida, mas tem suas qualidades, é muito fácil de beber e a um preço honesto pelo que entrega. 

Com uma passagem curta por barricas de carvalho americano e francês - até porque não é um vinho para grandes estágios em madeira - tem taninos macios, a acidez típica da Serra Gaúcha, com aromas de frutos negros, chocolate e tabaco. 

Um vinho para ser bebido de forma alegre e jovial, em razão da proposta, por isso é ideal para ocasiões menos formais, indo bem com uma massa, pizza, churrasco ou qualquer prato simples do dia a dia. Poderá ser servido aos seus convidados sem medo de desagradar, porque é equilibrado e fácil de agradar, além de ter um ótimo preço. 

Não guarde essa safra, porque ela está pronta! 


Detalhes da compra:

No site da vinícola o vinho é vendido a R$59. Uma excelente compra!

Saúde a todos!




22 fevereiro 2024

Não é mais um "malbecão" :: Bariloche Patagonia Malbec 2021


País: Argentina
Região: Neuquén (Patagônia)
Uvas: 100% Malbec
Maturação: breve amadurecimento em inox
Álcool: 14%

Quem já bebe vinhos com uma regularidade maior - vamos falar em dez anos, por exemplo - já sentiu uma mudança no paladar, no gosto pessoal. Nossas escolhas iniciais costumam recair sobre vinhos muito frutados, amadeirados, encorpados e alcoólicos. Normal, levando em consideração que o paladar do brasileiro médio tende ao doce, porque nossa alimentação está muito ligada às frutas, aos doces caseiros, ao café com açúcar e até à mamadeira com leite adoçado. 

Com o passar do tempo vamos mudando isso e escolhendo vinhos menos encorpados, menos tânicos, mais macios e "tranquilos". Dá para descrever como uma parábola: quem está começando está na parte ascendente da curva, quem é mais experiente está caminhando na curva descendente. Tudo isso me parece uma trajetória natural para o consumo de vinhos. 

Por já estar nessa curva descendente, preferindo vinhos mais francos, com a fruta mais fresca e sem grandes interferências, fico feliz quando ouço que há um certo movimento acontecendo na argentina no qual os enólogos estão buscando vinhos tintos mais leves, menos amadeirados, com menos extração de fruta. Em outras palavras, fugindo do "malbecão" a que nos acostumamos de tanto beber Catena e seus rótulos super concentrados.

O vinho de hoje é um desses vinhos fáceis e francos, sem (ou com pouca) passagem por madeira. Aroma muito fresco, com presença marcante de ameixas, cerejas e algo floral no fundo. Tem corpo médio e taninos macios, com acidez moderada. O frutado intenso em boca se repete no final de boca, longo e prazeroso.

Um vinho versátil para acompanhar diversos pratos, como pizzas diversas, carnes vermelhas ou mesmo para beber sem compromissos com uma boa tábua de pães, queijos e embutidos. 

Pronto para beber agora ou guardar por, no máximo, um ano para aproveitar todo esse frescor. 


Detalhes da compra:

O vinho é importado pela Enoteca Decanter e vendido em seu site por R$ 98. Aqui em Minas Gerais paguei R$ 109 em razão dos tributos. 

Saúde a todos!



03 fevereiro 2024

Apostando no inusitado :: Larentis Teroldego 2022



País: Brasil
Região: Vale dos Vinhedos
Produtor: Larentis
Uvas: Teroldego 
Maturação: amadurecimento por 12 meses em barricas de carvalho francês
Álcool: 14%

O primeiro vinho tinto que provamos na visita à Larentis, no fim de janeiro, foi este 100% Teroldego, uma variedade que gosto bastantes e que já tinha provado antes. Aliás, a Angheben também faz (ou fazia) um vinho muito interessante com esta uva que é muito cultivada na região italiana do Alto Adige, ao norte. 

Resolvemos experimentar o vinho porque conversava com o André Larentis sobre a expressão (ou a falta) das uvas tintas em muitos vinhos, ou seja, não se consegue diferenciar, salvo com algum esforço, um Malbec de um Cabernet Sauvignon, por exemplo. E isso se deve, penso eu, a vinhos com muita extração, muito densos em cor, taninos e álcool, além de carregados por madeira. Se o vinho é mais "franco", ou seja, consegue demonstrar melhor as características da variedade, o consumidor sai ganhando. Dito isso, o André sugeriu degustarmos um vinho que ele entende seja a expressão da variedade Teroldego em solo brasileiro. 

O vinho é elaborado com uvas dos vinhedos da família e durante o processo de elaboração passou por fermentação malolática e envelheceu 12 meses em barricas francesas. Depois de engarrafado, passou mais um ano descansando na cave antes da comercialização. Então, estamos falando de um vinho que foi para o mercado somente agora em 2024. 

Vinho de coloração rubi-violácea com grande intensidade, uma característica da Teroldego. Aromas de frutos vermelhos e negros, combinados com um leve tostado vindo da madeira. Tem boa estrutura em boca, taninos macios e elegantes, boa acidez e vocação gastronômica. Não o vejo como vinho para acompanhar apenas petiscos, mas pratos mais estruturados e bem elaborados. Final longo, com notas frutadas e a lembrança da madeira bem presentes. 

O vinho está ótimo para consumir agora ou ainda deixar por mais 1-2 anos descansando para que alcance ainda mais equilíbrio e elegância. Vai harmonizar bem com pratos à base de carnes vermelhas, mesmo um churrasco, risoto de cogumelo ou massas com boa estrutura de molhos. 

Confesso que a uva já não é novidade para mim, mas quem nunca provou deve matar essa curiosidade, até para sair das uvas tintas mais tradicionais do mercado. 

Sobre a visita e as novidades da vinícola: https://x.gd/zFw48.


Detalhes da compra:

O vinho é vendido na loja virtual da vinícola por R$ 116, mas aqui em Minas Gerais deve chegar à casa dos R$ 125-130 em razão dos tributos. 

Saúde a todos!



01 fevereiro 2024

Novidade :: Larentis Viognier Gran Reserva 2022



País: Brasil
Região: Vale dos Vinhedos
Produtor: Larentis
Uvas: Viognier
Maturação: 25% do vinho por 12 meses em barricas de carvalho americano
Álcool: 13,7%

O terceiro vinho branco que provamos na visita à Larentis, no fim de janeiro, foi este 100% Viognier que não conhecia. As uvas também vieram do vinhedo Arcangelo, parcela de terra onde a família plantou uvas no final da década de 1970. 

O rótulo do vinho é uma homenagem ao extinto Ursus Arctos Californicus, animal que simboliza o estado da Califórnia, onde o enólogo da família, André Larentis, realizou estágio e conheceu a variedade Viognier.

Fiquei curioso, porque essa uva é uma das brancas que me chamam atenção e não perco oportunidade de prová-la. O resultado foi bem interessante neste dia, tanto que trouxe uma garrafa para experimentar depois com mais calma.   

Na taça o vinho tem uma coloração amarelo palha. Aromas em ótima intensidade, lembrando frutas brancas maduras e toques florais. A passagem pelas barricas, mesmo que somente 1/4 do vinho, deu uma boa complexidade, lembrando coco e baunilha.

Na boca é um vinho redondo, de médio corpo, certa cremosidade e muito equilíbrio. Os 13,7% de álcool dão uma boa sensação de potência, com final persistente.

Vinho bem versátil na harmonização com vários pratos, como uma tábua de queijos e embutidos, empanadas, bruschettas, pizzas e culinária oriental.  

Sobre a visita e as novidades da vinícola: https://x.gd/zFw48.


Detalhes da compra:

O vinho é vendido na loja virtual da vinícola por R$ 137, mas aqui em Minas Gerais deve chegar à casa dos R$ 150 em razão dos tributos. 

Saúde a todos!



31 janeiro 2024

Para um belo prato :: Larentis Chardonnay Arcangelo Gran Reserva D.O. 2022



País: Brasil
Região: Vale dos Vinhedos
Produtor: Larentis
Uvas: Chardonnay
Maturação: 12 meses em barricas francesas
Álcool: 13,8%

O segundo vinho branco que provamos na visita à Larentis, no fim de janeiro, foi este Gran Reserva, pelo qual a vinícola tem muito carinho porque as uvas vêm de uma parcela na qual foram plantadas as primeiras mudas de Chardonnay, no fim da década de 70. Para este vinho as uvas vieram de um vinhedo (Arcangelo) com 12 anos de idade.

É um vinho muito interessante porque reúne bons aromas, boa presença de madeira, acidez lá em cima, é encorpado e gastronômico. Um vinho para se beber de forma mais atenta, diferente do que postei aqui anteriormente, que é mais leve e descompromissado. 

Na taça uma coloração mais dourada. Aromas intensos lembrando abacaxi, notas abaunilhadas em razão da boa passagem por madeira, algumas frutas secas também. Amanteigado no paladar, bom volume e ótima acidez, pedindo um belo acompanhamento. Final persistente de boa complexidade, com notas levemente tostadas no palato. 

Penso que não seja um vinho para apenas bebericar. Na harmonização não há como não pensar em pratos com peixes ao forno, um risoto mais encorpado ou uma massa com molhos brancos ou cogumelos. Enfim, muitas opções para este belo vinho! 

Parece ter potencial para ficar na adega por mais 2-3 anos. 

Sobre a visita e as novidades da vinícola: https://x.gd/zFw48.


Detalhes da compra:

O vinho é vendido na loja virtual da vinícola por R$ 158, mas aqui em Minas Gerais deve chegar à casa dos R$ 180 em razão dos tributos. 

Saúde a todos!




30 janeiro 2024

Franqueza na taça :: Larentis Flos Reserva 2023


País: Brasil
Região: Vale dos Vinhedos
Produtor: Larentis
Uvas: Chardonnay e Viognier
Maturação: apenas em tanques de inox
Álcool: 13,8%

No fim de janeiro estivemos na Larentis para uma visita depois de alguns anos e, como em muitos empreendimentos na região, o lugar está mudado, e para muito melhor. André, o jovem enólogo da família, e sua mãe, nos receberam com a atenção de sempre e ficamos muito felizes com as novidades da vinícola, que agora conta com uma área muito boa para receber os turistas e também eventos. Muito bom ver esse crescimento de quem trabalha com amor e honestidade! 

Degustamos três brancos e dois tintos. O primeiro foi esse corte muito interessante de Chardonnay (65%) e Viognier (35%), sem passagem por madeira, mas muito interessante porque as boas características das variedades podem ser experimentadas com muita clareza. 

Na taça um amarelo palha, bem límpido e brilhante. Aromas de frutos brancos, notas florais, dando a ideia de refrescância e da riqueza de sensações bem claras das variedades, já que não tem madeira. 

Na boca é elegante, muito equilibrado, certa untuosidade e uma acidez bem presente, deixando o vinho pronto para algum prato mais leve, como peixe assado, uma massa com camarões. Fiquei pensando em um carbonara, que mesmo com o peso característica poderia ir bem, já que o vinho limparia a boca a cada gole. Final de boa persistência, super agradável.   

Sobre a visita e as novidades da vinícola: https://x.gd/zFw48.


Detalhes da compra:

O vinho é vendido na loja virtual da vinícola por R$ 79, mas aqui em Minas Gerais deve chegar à casa dos R$ 90 em razão dos tributos. Mesmo assim vale a pena. 

Saúde a todos!




28 janeiro 2024

Um vinho, duas regiões :: Valmarino Double Terroir Chardonnay 2021


País: Brasil
Região: Pinto Bandeira / Encruzilhada do Sul
Produtor: Valmarino
Uvas: Chardonnay
Maturação: 13 meses em barricas de carvalho francês e americano
Álcool: 13%

Visitamos a vinícola Valmarino no fim de janeiro e ficamos bem felizes em encontrar um espaço remodelado e melhor preparado para receber o turista, sem deixar que os antigos encantos de 15 anos atrás, quando estivemos pela primeira vez por lá (relembre). Estão lá a mesma casa de pedra com atendimento no subsolo, a mesma cantina original e, claro, a simpatia dos funcionários e a qualidade dos vinhos. 

Provamos este Chardonnay em taça, em uma agradável manhã no jardim, que apresenta uma proposta interessante: reunir uvas de duas regiões diferentes (Pinto Bandeira e Encruzilhada do Sul), com boa maturação em barricas de primeiro uso e tostagem média. Sei que muitas vinícolas fazem isso, principalmente em vinhos mais "genéricos" e o consumidor por vezes nem sabe de onde vieram as uvas. Neste vinho a Valmarino resolveu assumir isso como um diferencial de qualidade para seu produto. Gostei disso!

O blend realizado é de 40% de uvas de Pinto Bandeira e 60% de uvas de Encruzilhada do Sul, na região da Serra do Sudeste. As regiões tem altidudes diferentes (670 metros e 432 metros, respectivamente) e certamente as condições climáticas, solo, enfim, o terroir resulta em uvas com características próprias e distintas, cabendo ao enólogo harmonizar estas diferenças. 

Nos aromas a lembrança nítida de frutos tropicais, principalmente abacaxi. Notas lembrando chocolate branco, casca de pão, baunilha, acredito que pela influência da madeira de primeiro uso. Convidativo. 

Na boca uma ótima acidez, com notas minerais e cítricas compondo um vinho bem harmônico, reunindo aspectos gastronômicos que me agradam e aromas interessantes. Equilibrado, com um perfil de maior potência da madeira, lembrando outros vinhos sul-americanos e mesmo norte-americanos. 

Final persistente, lembrando notas minerais e a presença de madeira. Pode ser harmonizado com muitos pratos à base de frutos do mar, queijos brancos mais leves, risoto de pera ou aspargos. Gastronômico, sem dúvida. 

A vinícola indica um potencial de guarda para 8 anos.

Para ver fotos da visita: https://x.gd/chX4u.


Detalhes da compra:

O vinho é vendido em lojas virtuais do Rio Grande do Sul na faixa dos R$ 169. 

Saúde a todos!





27 janeiro 2024

Provando uma novidade no restaurante :: Cristofoli Instinto Corte Tinto 2022


País: Brasil
Região: Serra Gaúcha
Produtor: Cristofoli
Uvas: Merlot e Tannat
Maturação: 12 meses em barricas de carvalho francês
Álcool: 14%

Provamos este vinho no restaurante Valle Rústico, uma das boas atrações do Vale dos Vinhedos, mas que está situado na zona rural de Garibaldi. É elaborado pela Vinícola Cristofoli, situada no distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves, e faz parte da Rota Turística Cantinas Históricas e Vale do Rio das Antas.

Um vinho com produção limitada a 3.000 garrafas, um corte de Merlot e Tannat com predominância da primeira, sem que a vinícola revele o percentual de cada variedade. O amadurecimento do vinho acontece com as variedades em separado em barricas de carvalho francês de média tosta por 12 meses, sendo o blend realizado após este período. 

Na taça uma cor bonita, rubi, com notas violáceas, denotando juventude. Aromas de frutos vermelhos e negros, com notas elegantes da madeira, um leve tostado, frutas secas e chocolate. A riqueza dos aromas vem para a boca, com taninos finos e macios, longo final e muita elegância. Vinho potente e elegante. Acidez bem presente, sem desequilíbrios.

No restaurante os pratos vinham em uma sequência que não deu para harmonizar tão cuidadosamente, mas a estrutura e elegância do vinho indicam que será boa companhia para assados, queijos maduros, massas com molhos mais encorpados e risotos igualmente potentes. 

Não é um vinho barato, mas a oportunidade de prová-lo em taça no restaurante proporcionou essa experiência muito interessante, de uma vinícola que ainda não conhecia. 


Detalhes da compra:

O vinho é vendido na loja virtual da vinícola por R$269 (veja aqui). 

Saúde a todos!




26 janeiro 2024

Inusitado e excelente :: Estrelas do Brasil Extra Brut Trebbiano 2016



País: Brasil
Região: Serra Gaúcha
Uvas: 100% Trebbiano
Maturação: 58 meses de maturação
Álcool: --

Em fevereiro de 2012 conheci o Irineo Dall'Agnol, idealizador do projeto Estrelas do Brasil, juntamente com o enólogo uruguaio Alejandro Cardoso. Escrevi sobre esta visita aqui e remeto o leitor para a postagem (aqui).

As impressões que tive nas ocasiões anteriores permanecem as mesmas, mas agora também feliz com a ampliação das instalações, mais preparadas para receber o turista e realizar eventos. A vista continua linda e os espumantes ótimos e inusitados. Digo isso porque não é comum encontrar espumantes brasileiros safrados, "de guarda" e elaborados com variedades tão diferentes, como este Trebbiano

Interessante notar que é um espumante extra-brut, elaborado por um método que consiste "em iniciar a tomada de espuma em autoclave e engarrafar o vinho base no final de sua fermentação alcoólica, obtendo assim um espumante de única fermentação na garrafa". Ao final de 58 meses de maturação sobre as borras (sur lie) foi colocado no mercado. 

O espumante, segundo Irineo explicou, continuou evoluindo desde que foi ao mercado e deverá mudar ainda mais em seus aromas e sabores. Atualmente está com uma coloração palha, com boa formação de espuma e perlage de boa intensidade. Aromas bastante cítricos, limão siciliano. Em boca é um extra-brut por excelência, bem seco e gastronômico, acidez lá em cima, mas acompanhado de boa cremosidade. Final longo, persistente e prazeroso. 

As sugestões de harmonização são inúmeras, desde os tradicionais pratos da culinária japonesa até os frutos do mar da cozinha mediterrânea. A sugestão que o Irineo nos deu foi de polvo grelhado. 

Vale a pena dar uma olhada nas fotos desta visita: https://x.gd/sKi85.


Detalhes da compra:

O espumente é vendido tanto no varejo da vinícola quanto no site por R$ 120 (veja aqui). 

Saúde a todos!